quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Takumi-kun Series 2: Niji-iro no Glass

takumi 2

Título: Takumi-kun Series: Niji-iro no Glass
Título original: タクミくんシリーズ『虹色の硝子』
Título alternativo: Niji-iro no Garasu
Categoria: live action
Gênero (oc.): romance, colegial, drama
Gênero (or.): yaoi
Classificação indicativa: T
Lançamento: 2009
Diretor (a): Yokoi Kenji
Autor (a): GOTOH Shinobu (Novel)
Site Oficial:
Fansub:
Barazoku
Relacionado: Takumi-kun Series: Soshite, Harukaze ni Sasayaite

Sinopse:

Takumi e Gii estão juntos e continuam seus estudos. Depois de um desentedimento entre eles, Gii começa a mostrar predilação por um garoto novato na escola, provocando o ciúmes de Takumi. O amigo deles, Takeshi, abandona a escola e Takumi consegue entender o que Gii queria com o novato.

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

[Novel] No. 6 Volume 2 Capítulo 2

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Capítulo 2: O Reino dos Deuses

Assim, a deusa Hannahanna decidiu usar seu último recurso. Ela chamou por várias, não centenas, mas milhares de abelhas e disse: "Seus corpos são pequenos e ágeis, saiam tão rápido como a luz e procurem o deus Telepinu. Agora vão."
- A Lenda de Telepinu De Yajima Fumio Chikumashobou. Lenda Mesopotâmica

Alguém visivelmente nu, branco e magro estava caído na base de uma árvore. Era um menino, menor que a garota. Ele estava se contorcendo. Estendendo os braços. Mesmo na escuridão, eu podia ver como horrivelmente pálido seu rosto estava. Ele rasgou a sua garganta e, embora sua boca estivesse aberta seus lábios não tinham cor.

Ele estava respirando com dificuldade. Algo estava bloqueando sua via aérea. Eu não tinha tempo. Enrolei-o e lhe bati nas costas com a palma da minha mão.

"Cuspa isso, vamos lá, cuspa."

Duas, três vezes, bati as costas. Quatro, cinco...

"Guh -"

O vômito derramou para fora da boca do menino. Havia algo escuro e redondo no mesmo. O corpo do garoto contraiu e convulsionou.

"Água. Traga água."

Virei para Nezumi e gritei novamente. Eu coloquei o menino para baixo e trouxe meu rosto perto de sua boca. Podia sentir a sua respiração. Ele está bem. Está respirando.

Suas vias aéreas estavam livres e o menino estava respirando sozinho.

"Chama ele."

A menina respondeu prontamente ao pedido de Shion.

"Riko, você pode me ouvir? Riko".

"Riko, você pode respirar?"

O peito do menino inchou. Ele abriu os olhos. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.

"... Irm"

"Riko!"

A menina parou de abraçá-lo e Shion delicadamente o sentou na vertical. Ele trouxe um copo de água à sua boca.

"Você pode beber?"

"Sim".

"Bom menino. Beba lentamente. Riko, seu nome, certo?"

"Sim".

"Riko, você pode ouvir a mim e a sua irmã? Você pode nos ver também, não pode?"

"Sim... Esta água está deliciosa."

"Bom menino. Você é um menino muito bom. O estômago não dói? E o seu peito?"

"Minha garganta..."

"Sim?"

"Minha garganta dói...".

Ele deve ter arranhado a garganta em desespero. Havia várias marcas de sangue escorrendo do pescoço de Riko.

Peguei algumas gazes e uma almofada de esterilização do kit de primeiros socorros. Eles já tinham quatro anos, mas eu não tinha mais nada.

"Isso vai picar. Não chore."

"Não vou."

Eu limpei as feridas e envolvi seu pescoço com gaze fresco. Só poderia lhe dar primeiros socorros básicos. Era tudo o que eu poderia fazer.

Se eu fosse dizer algo como "nós devemos levá-lo para um hospital imediatamente," Nezumi apenas zombaria de mim novamente. Eu sabia que a área ao redor do bloco do Ocidente da Nº 6 realmente não tinha quaisquer hospitais.

Shion recolheu o objeto rodeado de vômito que tinha sido o bloqueio das vias aéreas de Riko.

"Uma fruta?"

Era quase uma baga redonda.

"Por que você..."

Riko desviou o olhar. Nezumi cruzou os braços onde estava e suspirou.

"Porque ele estava com fome."

"Hum?"

"Ele provavelmente estava morrendo de fome. Embora, na verdade, você pode comer isso se amassá-los primeiro. Quando foi colher uns ficou com tanta fome que decidiu colocar um na sua boca... e acidentalmente engoliu. Ou algo assim."

"Riko está sempre com fome."

Disse a garota.

"Mesmo que a nossa mãe nos dê pão, não é suficiente."

"O pão é tão pequeno. Vai embora em uma mordida."

Riko tossiu um pouco depois que falou. Sua voz era áspera e sua cor ainda estava ruim. Eu o envolvi em um cobertor.

"Isso deve aquecê-lo. Se vocês se ferirem eu vou tratá-los. Venham a qualquer momento."

"Por que você não o leva para casa?"

Eu me virei para o som das palavras de Nezumi.

"Eu?"

"Com quem mais eu estaria falando? Você o salvou. E você tomou conta dele o tempo todo. Ele mora na primeira casa, na parte inferior do morro. Não é longe. Sua mãe provavelmente está morrendo de preocupação."

Se eu fizer isso vou estar me expondo para os adultos. Levantei-me. Por que eu estava tremendo?

"Mas, eu..."

"Você tem que sair de qualquer maneira. Se hesita muito em fazer isso, você nunca vai fazer através de toda a cidade. Bem, eu realmente não me importo com o que você faz. Além disso, se você ficar na chuva como esta vai pegar uma pneumonia".

Agora que ele mencionou isso, estava chovendo. Eu finalmente percebi o quão legal era. A chuva me gelou até os ossos, eram evidências de que o inverno estava chegando.

"Bem, o resto é com você, sua majestade."

Nezumi se virou e se dirigiu ao subterrâneo. Riko espirrou humildemente. A mão de uma criança ficou em torno dos dedos de Shion.

"Obrigada."

"Hum?"

"Obrigada por salvar meu irmão".

"Ah, não, é na... da, realmente. Qual é seu nome?"

"Karan".

"Karan? É o mesmo que da minha mãe."

"Sério?"

"Sim".

A menina sorriu. Seus dedos estavam quentes. Shion pegou Riko, embrulhado no cobertor.

"Eu vou te levar para casa. Karan, mostre o caminho."

-

O vapor derramava da panela no fogão. Havia sopa nela. Nezumi suspirou, mexendo a sopa, cheia de legumes e carne. Ele ficou perturbado quando percebeu que suspirou inconscientemente. Algumas gotas de sopa caíram da panela para o fogo e fez um som crepitante.

Eu odeio suspirar (tenho certeza que faço muito isso embora). Eu odeio fazer isso de propósito, mas realmente não suporto quando um suspiro deixa minha boca inconscientemente.

"Não suspire e não chore. Você vai ser aproveitado."

Era algo que uma mulher idosa, que há muito parou de contar sua idade, tinha dito.

"Suspirar significa que a sua guarda está baixa. Se você quiser sobreviver, mantenha sua boca fechada. Não deixe sua guarda baixa à ninguém. Não confie em ninguém, nunca. Não acredite em ninguém."

Essas foram as palavras de alguém à beira da morte. Mesmo tendo sido baleada no peito e cuspido sangue, essas palavras chegaram aos seus ouvidos claramente. Ele achava que jamais poderia esquecer isso. Era uma voz que não esqueceria, mesmo se quisesse. Iria se agarrar a ele, para sempre.

No entanto, ele desobedeceu. Soltou um suspiro descuidado quando não estava prestando atenção.

Isto é tudo culpa dele...

Ele estalou a língua.

Talvez tenha sido um erro trazer Shion aqui. Realmente sentiu que poderia ser o caso.

Ele abriu a porta sem hesitação. Abriu-a e olhou para fora sem se esconder. Se não tivesse sorte poderia ser fatal. Mesmo se não fosse um soldado armado, e se fosse um ladrão armado, usando uma criança como um chamariz - não é uma ocorrência incomum aqui. Mas Shion não sabe disso. Ele não sabe ter suspeita, cautela, ou medo. É a insensibilidade e indefesa cultivada por viver em absoluta segurança.

E estou sobrecarregado pela bagagem perigosa e complicada.

Eu acho. Mas não é como se alguém me fez ficar assim. Eu mesmo me sobrecarreguei com isso. Eu queria recompensá-lo. Não podia ficar de braços cruzados e deixar que a pessoa que salvou minha vida e pediu nada em troca ser morto.

Eu não posso retribuir um cadáver. Prefiro não carregar uma dívida. Não posso retribuir para a minha vida inteira. É por isso que salvei Shion e o trouxe aqui. Mas, poderia estar sendo muito fácil para ele. Trazê-lo aqui poderia ter sido um risco muito maior do que eu tinha antecipado. Ele é estúpido e indefeso, uma carga perigosa...

Ele lançou um olhar fugaz para a porta.

Mas, se Shion não tivesse aberto a porta, ele não teria salvado Riko.

A criança estava engasgada a beira da morte. Shion agiu rapidamente e tratou-o de forma adequada. Ele foi poupado desse destino. Assim como eu estava na tempestade há quatro anos. Naquela época, Shion me salvou sem se preocupar com o seu próprio bem-estar, e desta vez fez isso por Riko.

Ele só entende a teoria, é otimista demais e ainda nem aprendeu a ser desconfiado. Ele era um idiota cabeça de vento que não tinha sequer ouvido falar de Hamlet. Mas, ele é melhor do que eu. Não no conhecimento ou na habilidade tanto como... Se não no conhecimento ou na habilidade, então no que?

"Eu estou atraído por você."

Tentei repetir a confissão embaraçosa de Shion com uma cara séria. Seria apenas a capacidade de confiar nas pessoas? Ou é a capacidade de colocar a si mesmo em perigo para salvar um completo estranho?

Não sei. As coisas que ele não conhece são perigosas. É muito... Passos. Uma batida. A porta se abre e retorna Shion. {Sim, isso salta literalmente, no meio da frase, do fluxo de consciência do Nezumi à narração da terceira pessoa onisciente; a prosa japonesa é estranha}

"Se você vai bater espere por uma resposta antes de abrir a porta."

"Você não iria responder de qualquer maneira. Mas, de novo, não estava trancada."

"Hum?"

"A porta. Eu me perguntava se você iria trancá-la. Você deixou aberta para mim."

Isso mesmo. Eu não havia trancado a porta. Que descuidado sou.

"Cara, seus maus hábitos estão passando para mim."

"Hum, o que você está falando? De qualquer forma, olhe, eles me deram algumas uvas como forma de agradecimento."

Era um monte de frutas.

"Eles me ofereceram peixe seco também, mas eu recusei."

"Ooh, estou vendo, você não se sente confortável, tendo doações de pessoas pobres."

"Não, não é isso. Eu recusei, porque você odeia peixe."

"Eu? Eu iria comê-lo. Pedintes não podem escolher."

"Mas, você disse que odeia frutos do mar, não é?"

"Eu disse que não comeria cru. Porque as condições sanitárias aqui são pobres demais para comer peixe cru – foi o que eu quis dizer".

Shion piscou e colocou a mão em seus cabelos brancos.

"Ah, isso foi o que você quis dizer... Mas, bem, é melhor assim."

"O que?"

"Na casa de Karan... ah, nome da menina é Karan."

"Eu sei".

"Ah, certo. O nome dela é o mesmo que da minha mãe."

"Eu não dou a mínima para sua mãe. Então, você começou a chorar por ter perdido a sua mãe ou algo assim? Que triste."

Eu estava tentando ser sarcástico, mas Shion apenas balançou a cabeça com uma expressão séria.

"Eu não sabia. Havia outra menina, menor, com menos idade que Riko. E tenho certeza de que o peixe era o seu jantar. Um peixe para três filhos. Eu não podia levá-lo. Eles não aceitariam um não como resposta sobre as uvas, realmente queriam me agradecer. Isso me fez meio que feliz."

"E se ele tivesse ido embora?"

"Hum?"

"Se você deixasse a criança morrer, Karan e a outra menina teriam mais comida. E no caso de Riko, talvez teria sido melhor ter morrido do que ter de crescer com fome. Mas você provavelmente acha que não é da sua conta."

Shion se sentou em frente ao queimador. Seu cabelo branco - apesar de estar realmente mais transparente - foi tingido de vermelho pelo fogo. Mesmo que seu cabelo jovem tivesse perdido a sua cor, tinha mantido o seu brilho.

É lindo.

Ele estendeu a mão para o cabelo do Shion, pintado pelo ambiente e brilhante. Tinha uma espécie de sensação nítida, mas suave. Como o cabelo normal.

"Você foi o único que me disse para viver."

Shion murmurou, o rosto na direção do fogo.

"Nezumi, não foi você quem disse, a vida tem um significado, então viva."

"Eu apenas disse que a vitória vai para os sobreviventes."

"É a mesma coisa."

"Como se fosse".

Os mortos não podem falar. Eles são apenas conchas, definidos e retornados ao seu rei. Eles podem falar de nem malícia, nem miséria, nem dor, nem ódio, nem tristeza. Assim, viva. Viva e carregue as memórias deles.

No. 6.

Uma árvore estéril crescendo em cima dos corpos e do sangue dos inumeráveis, as almas não registradas. Um dia, vou acabar com isso. Vou fazê-lo de tal forma que as vozes dos mortos de malícia, de miséria, de tristeza, de ódio, incharão do chão em uma torrente que não poderá ser silenciada. Até esse dia, eu continuarei a viver e a lembrar. Eu não posso sofrer para me esquecer. Este corpo não sofrerá por isso.

"Ela me elogiou".

Shion sorriu e olhou para o Nezumi.

"Elogiou você? Sobre o quê?"

"Meu cabelo. A mãe de Karan me elogiou sobre ele, ela disse que era bonito. 'Que cor incomum. Seu cabelo é muito bonito', ela disse."

Encolhi os ombros.

"Eu acho que é bastante incomum. Há um monte de crianças desnutridas por aqui que têm o cabelo branco, mas o deles não é branco puro como o seu."

"Não é apenas incomum. Ela disse que é bonito também."

"Você é um garoto, não é? Por que está tão feliz por terem elogiado o seu cabelo?"

"Ei, vamos lá, isso realmente aumentou a minha autoconfiança. Uma vez que você disse que ia me mostrar amanhã a cidade e tudo..."

"Eu não lembro ter dito tal coisa."

"Sim, você disse."

Eu realmente disse. Disse que ia mostrar a ele em torno de mim mesmo. Ele está agindo como uma criança mal-humorada. Meus olhos se desviaram para Shion.

"Eu tenho uma agenda lotada. Você pode fazer o que quiser."

"Ok. Eu quero segui-lo então. Ah, também..."

"O que é agora?"

"Eu prometi que ia ler para Riko e Karan quando tivesse tempo. Eu já encontrei um monte de livros ilustrados anteriormente."

"Aqui?"

"Ou lá fora, se o tempo estiver bom."

Suspirei novamente. Eu fechei os meus lábios com força, mal podia suportar.

"Você está tentando transformar isso em um jardim de infância?"

"Há muitas crianças por aqui?"

"Um grande número. Esta é a minha casa. Não faça merda, sem pedir permissão. Não basta fazer as coisas por caprichos."

Eu usei um tom rude. Estava extremamente irritado. Estava irritado com Shion. Minha paciência estava se esgotando. Eu realmente não acho que Shion é egoísta ou faz as coisas por capricho. Ele é simplesmente imprevisível. Não posso descobrir o que ele está pensando ou o que ele vai fazer. Suas ações e palavras sempre me pegam de surpresa. Estou exausto.

Shion colocou dois pratos na mesa. A sopa estava feita e um perfume suave flutuava.

"Eu não estava fazendo isso por um capricho... Eu tinha acabado de me tornar amigo de Karan e os outros, então..."

"Desculpe?"

"Nós somos amigos. Eles são os primeiros amigos que fiz aqui. Eu realmente não tenho nenhum amigo na Nº 6, além de Safu".

"Essa garota disse que queria fazer sexo você. Eu não acho que ela conta como uma amiga."

Ela era uma menina bonita com cabelo curto.

Shion, Eu quero fazer sexo com você.

Shion não podia aceitar a confissão que ela tinha reunido toda a sua coragem para fazer. Vamos lá, não se apaixone por um menino tão sem esperança. Ele relembrou em sua mente a garota que mal conhecia afinal. Por alguma razão, de repente ele veio com uma vontade de rir.

"O quê?"

Shion inclinou a cabeça para o lado, perplexo. Dois ratinhos estavam sentados em cima de um livro, a cabeça inclinada para o lado também, como se imitando ele. Eu caí na gargalhada. Nezumi se retorceu e também rendeu-se ao riso brotando da boca do estômago.

-

A chuva tinha parado antes do amanhecer. Estava nublado e amanheceu enquanto a terra ainda estava fria. Nezumi rapidamente tecia no meio da multidão. Shion tentou desesperadamente acompanhar ele. Estava sem fôlego. Ele foi empurrado, bateu e gritou; Olhares curiosos choveram sobre sua cabeça; os cheiros que ele não poderia nem mesmo identificar a origem chegaram ao seu nariz; seus pés ficaram presos à lama; barracas e lojas estavam alinhadas ao longo de ambos os lados da rua, e delas, fumaça densa derramava rudemente para a rua; no ar vozes iradas, murmúrios sedutores, e os gritos dos vendedores ambulantes colidiam. Ele se sentiu tonto.

Depois que fui expulso da área Nº 6 de alta classe residencial, Chronos, eu me estabeleci na Cidade Perdida, que era um lugar bastante diversificado e animado, mas comparado a isso, Chronos era uma cidade resort relaxante.

Na rua principal, os veículos e, naturalmente, as pessoas, eram organizados pela direção que eles estavam indo. Era uma regra não mudar de direção abruptamente ou parar. Todo mundo anda de forma ordenada na mesma direção. As pessoas não passam umas pelas outras ou chamam os amigos com muita freqüência. Nada de inesperado aconteceu. Estava organizado de modo com que isso não acontecesse. Esse é o tipo de lugar que a Nº 6 é.

Houve, de repente, um grito alto ao meu lado. E, ao mesmo tempo eu fui empurrado para longe. Eu cambaleei e caí sobre os joelhos na lama. Vários homens estavam correndo por mim. Um deles deixou cair algo na minha frente. Era uma laranja.

"Ladrões!"

Um homem saiu correndo de uma das barracas com uma arma. Ele era um homem baixo e corpulento.

"Ladrões! Alguém os pegue!"

Não parecia alguém iria ajudar. Havia pessoas sorrindo, pessoas gritando alguma coisa, pessoas que estavam completamente desinteressadas, e os homens que tinham sido chamados de ladrões haviam entrado na multidão.

Shion engoliu em seco. O homem estava agitando a arma. Os transeuntes que perceberam se agacharam.

Ele está são?

Eu não pensaria assim. É muito louco para descarregar uma arma em uma multidão como esta. Mas, ele está com um olhar sério. O cano longo dessa arma velha estava apontada para frente.

Um dos homens que fugiam empurrou uma mulher velha fora do caminho. A velha gritou e cambaleou para o meio da rua. Ela ignorava completamente a arma. O dedo do homem gordo e grande estava no gatilho.

Pouco antes de seu dedo, gordo e peludo puxar o gatilho, Shion correu para ele. Ele forçou cano da arma para cima com toda a força.

Houve um grande choque na palma da minha mão. Um tiro ecoou em meus ouvidos. O cano da arma gritou fogo, apontado para o céu escuro. Eu cambaleei. Minhas pernas foram expulsas de mim e caí no chão. Eu não conseguia respirar.

"O que diabos você pensa que está fazendo!"

Meu campo de visão estava completamente cheia com a imagem de um homem segurando uma arma sobre mim. Eu me encolhi. O grande homem foi inesperadamente ágil e chutou Shion de lado.

"Guh"

Eu não podia falar. O conteúdo de meu estômago começou a aumentar.

"Você é um daqueles bastardos não é? Droga, entregue a mercadoria!"

O calçado do homem fedia como gordura animal. Ele deu outro chute afiado visando o estômago de Shion.

"Eu não sou um deles!"

Eu escapei do chute por pouco e gritei. Se eu não tivesse, ele não teria hesitado nem mesmo um pouco.

"Eu não estou com eles... você entendeu errado".

"Cala a boca. Você ajudou esses ladrões bastardos fugirem, não foi? Você entrou no meu caminho."

"Se eu não tivesse você provavelmente teria matado alguém... O que você teria feito se tivesse disparado a arma e acertado alguém?"

Surpreendentemente, o homem riu. E várias pessoas ao longo da estrada também.

"O que eu teria feito?"

O cheiro de gordura animal encheu o ar quando o homem riu.

"Então você se importa com o que eu faço? Hein?"

A expressão dele ficou séria de novo e de repente agarrou Shion pelos cabelos.

"Eu não gosto dessa cara engraçada que você está fazendo."

Ele levantou Shion pelo seu cabelo e o atirou no chão com muita força. Doeu tanto que pensou que seu couro cabeludo fora arrancado. Mas seus sentimentos de raiva e humilhação eram muito maiores do que a dor em seu corpo.

"Pare!"

Pare. Me largue. Não trate seres humanos como animais.

Eu bati no homem. Podia sentir meu cotovelo cavar em sua barriga saliente. Guh. Sua voz tornou-se abatida e ele caiu de joelhos.

Pouco tempo depois, uma multidão se juntou em volta. Então eles começaram a bater palmas e aplaudindo.

"Pega ele garoto! Dê a esse bastardo o que merece."

"Mate aquele desgraçado, velho."

Ninguém tentou impedi-lo. As pessoas ao meu redor estavam apenas gostando. Shion procurou pelos olhos cor de cinza no meio da multidão. Eles não estavam lá.

"Como você ousa, seu merdinha!"

Algo bateu em meu rosto quando ouvi aquela voz bestial. Eu vi faíscas. Minha visão ficou escura por um segundo. Minha boca estava quente. Encheu com algo quente. Eu cuspi para que não se acumulasse. Sangue misturado com cuspe caiu no chão.

"Pare de agir como se você fosse uma merda quente."

O rosto do homem era vermelho e tremia. Ambos os olhos estavam injetados de sangue, os vasos capilares pareciam mosquiteiro vermelho. Eles estavam cheios de real intenção assassina.

"Eu não vou deixar você tirar isso de graça."

Ele colocou a arma entre os olhos de Shion. Minha boca caiu boquiaberta. Senti como se meu coração fosse saltar para fora do peito. Ninguém poderia detê-lo. Nem uma única pessoa nesta multidão fez um gesto para parar o homem. Eu senti náuseas. Não poderia dizer se a arma apontada para minha cabeça era real ou uma ilusão.

"Ei".

Disse uma voz audaciosa. Era um homem que cozinhava carne em uma loja. Carnes pretas estavam postas em uma linha enquanto uma fumaça negra subia.

"Não foda a minha loja."

"Eu não estou fodendo ela."

"Mas vai fazer isso. Você vai contaminar toda essa comida com sangue e cérebro. Vá para outro lugar."

"Tch, carne meio podre já é contaminada o suficiente."

"Oh? Carne podre? É interessante ouvir isso de alguém que vende fruta e legumes podres."

"Meus produtos são todos frescos."

"Não me faça rir. Eles estão cobertos de moscas nesta época do ano {é inverno, lembre-se}. Eles estão ficando mumificados".

"Como você ousa, seu pedaço de merda."

Eles começaram a brigar e Shion aproveitou a oportunidade para se levantar e fugir.

"Ah, droga. Volta aqui".

Eu ouvi a voz irritada do homem, mas não tinha tempo para me virar. O medo de levar um tiro nas costas me dominou. Meus pés se enroscaram.

"Aqui".

Alguém agarrou meu braço.

"Depressa, por aqui."

Eu fui arrastado para um beco estreito entre os edifícios. Debrucei-me contra a parede e recuperei a respiração.

"Você está bem?"

Olhei para cima. A menina estava sorrindo para mim. Eu podia ver seus lábios vermelhos na escuridão. Eles abriram para falar.

"Oh, minha nossa, seu lábio está cortado. Você está sangrando. Isso deve ter sido horrível. Coitadinho".

O cheiro de seu perfume forte encheu meu nariz.

"Muito obrigado".

Shion respirou fundo e agradeceu-lhe. Ela ficou em silêncio por um segundo e então começou a rir.

"Eu me pergunto quantos anos se passaram desde que alguém me agradeceu. Esse seu cabelo é muito estranho, garoto."

"Sim... Bem, é complicado..."

"Todo mundo é complicado. Até eu."

Aquela mulher fria, com os lábios abertos, estava usando um vestido claro. Tinha uma linha do pescoço um tanto aberta, exibindo seus bens generosos. O branco de sua pele se destacou ainda mais que seus lábios vermelhos. Isso perfurou meus olhos.

"Olha aqui. É uma marca de queimadura. Um tempo atrás, um homem me queimou com uma barra de ferro quente. Foi horrível. Mas, se você olhar bem, não é o mesmo tipo de um olhar de uma serpente? Como uma cobra rastejando."

Eu tenho uma cobra também. Enrolada no meu corpo inteiro.

Isso era o que eu pensava, mas não disse nada. A mulher continuou a rir.

"Garoto, você conhece uma mulher?"

"O quê?"

"Devo te esclarecer? Há uma sala aqui perto. Nós podemos pegar o nosso tempo e se divertir. O que você acha?"

"Hum?"

"Estou lhe pedindo para brincar."

Eu podia sentir alguma irritação em sua voz.

"Você está livre até a noite, não é? Não se preocupe com isso, eu não sou cara. Vamos brincar, vamos."

Ela colocou os braços ao redor do meu pescoço e me pressionou contra a parede. E então ela me beijou. Eu podia sentir o cheiro da maquiagem espessa. Senti-me tonto. Ela enfiou a língua entre meus dentes e começou a tocar em minha língua.

Eu reflexivamente a empurrei.

"O que você está fazendo?"

"Uh... Apenas... Eu não..."

"Para com isso. Eu salvei a sua bunda. Você poderia ao menos me dar alguns negócios."

"Negócios?... Mas... eu..."

"Se você não quer, não há nada que eu possa fazer por você. Mas desde que nos beijamos você tem que pagar."

"Mas..."

Os lábios dela torceram. Tornou-se uma voz repugnantemente doce.

"Vamos lá, não fique nervoso. Você é um homem não é? Venha, eu vou lhe mostrar uma coisa boa. Vai ser muito divertido, venha para o meu quarto garoto..."

"Não... Eu estou... bem..."

Seus braços pálidos estavam ao meu redor novamente. Fiquei ainda mais gelado do que quando a arma foi colocada em minha cabeça.

"Desculpe, mas ele já falou".

Nezumi estava em pé na boca do beco. A mulher levantou uma sobrancelha.

"Que diabos você está falando?"

"Ele é meu. E ficaria agradecido se você me devolvesse ele em uma peça."

Nezumi fez um gesto para que eu fosse a ele.

"Ah, eu vejo como é. Pensei que ele era um pouco lento para reagir, se ele não é para mulheres então faz sentido."

"O quê? Não, isso não é..."

Nezumi cobriu a boca de Shion com a mão e lançou para a mulher um sorriso.

"Sim, é exatamente isso. Ele é apenas delirantemente apaixonado por mim. Ele não teria qualquer resposta independentemente de quão bela a mulher o tenta."

Os lábios da mulher se estreitaram. Ela atirou um olhar a Shion que dizia 'o dinheiro, agora'.

"Eu realmente não me importo com o que ele sente, ele ainda tem que pagar pelo beijo. É uma moeda de prata."

Nezumi riu.

"Aquele beijo foi no valor de uma moeda de prata? Deve ter sido algum beijo."

"Valeu a pena, pelo menos, muito. Se ele não pode pagar, então você vai. Ele é seu namorado não é? Você não está, pelo menos, responsável por isso?"

"Tudo bem. Com certeza. Você pode dar o troco?"

"O troco?"

Nezumi se inclinou sobre a mulher.

"O que você..."

Nezumi plantou seus lábios nos dela no meio da frase. Bem na frente de Shion. Só um segundo mais tarde, a mulher estava imóvel. Seu colar exposto estava se movendo para cima e para baixo {descrição estranha da respiração pesada}. E então ele terminou o beijo.

"Que tal isso?"

"Não foi ruim, mas"

Ela sorriu.

"Pedir o troco é um pouco demais."

"Oh, isso é muito ruim. Então que tal isso para a senhora."

Nezumi entregou-lhe uma laranja e se virou, agarrando Shion pelo braço.

"Tudo bem, vamos embora."

A mulher gritou-lhe com os braços cruzados.

"Não deixe que esse homem te arruíne, garoto. Seria um desperdício, sem nem mesmo saber os prazeres de uma mulher."

Voltamos para a multidão agitada. A multidão e os cheiros mistos que tinham me deixado perplexo anteriormente estavam, de alguma forma, confortáveis agora.

"O que foi isso?"

Shion resmungou e Nezumi caminhou ao seu lado.

"O que foi o quê?"

"Por que eu sou um 'garoto', mas você é um 'homem'?"

"É uma questão de experiência."

"E por que ela disse que eu era lento para reagir?"

"Porque você é lento. Particularmente no que diz respeito aos membros do sexo oposto. Desculpe, mano, eu não queria interromper a sua primeira vez."

Nezumi deu uma risadinha.

"Nezumi".

"Sim?"

"Há quanto tempo você estava me observando?"

"Desde aproximadamente a hora em que você pulou naquele cara gordo".

Parei em meus passos. Alguém bateu em mim por trás e gritou.

"Por que você não me salvou?"

"Mas eu salvei. Você estava prestes a ser comido por uma bruxa. Ela ia mastigar você, primeiro a cabeça."

"E quanto mais cedo, quando tinha uma arma apontada para mim?"

"Não seja um bebê."

Os olhos cor-de-cinza brilhavam como uma lâmina. O sorriso do Nezumi sempre desaparecia em um segundo.

"Honestamente Shion, você sobreviveria todo este tempo só de pensar que alguém estaria sempre por perto para salvar sua bunda? Vai com Deus. Você não vai sobreviver por muito tempo contando com os outros assim. Consiga isso através dessa sua cabeça oca"

Nezumi abruptamente virou-se e começou a andar mais rápido. Shion podia sentir seu rosto queimar vermelho.

Ele está certo, eu sou um bebê. Eu realmente achava que ele viria para me salvar. Estava indefeso, arrastando-o comigo, confiando nele. Quero ser igual a ele, mas ainda acho que é normal ser protegido. Eu estou tão envergonhado.

Ele seguiu logo atrás dos ombros de Nezumi, embrulhado em pano de super fibra.

"Mas, você conseguiu cuidar de si mesmo muito bem naquela hora."

Nezumi disse, facilitando um pouco o seu ritmo.

"Naquela hora?"

"Com o gordo. Você viu uma abertura e escapou."

"Ah, isso. Eu estava meio assombrado. Pensei que ele realmente iria atirar em mim..."

"Ele provavelmente iria. Isso realmente foi um pouco de sorte ruim, sua cabeça poderia ter sido arrancada e ter rolado pela rua."

"Eu não quero pensar nisso. Me dá arrepios".

Eu realmente senti frio. Os joelhos da minha calça e a barra da minha jaqueta estavam cobertas de lama. Quando eu tentei limpar tropecei em alguma coisa.

"Woah"

Eu caí para frente. Mal consegui pegar o equilíbrio, olhei atrás de mim. Dois pés descalços. A escuridão do beco tragou o resto do corpo, deitado no chão.

Ele está dormindo? Aqui?

"Um... Você pode me ouvir?"

Chamei. Eu fui puxado firmemente por trás.

"Que diabos você está fazendo? Se não nos apressarmos vai ficar completamente escuro. Cara, o que há com você e esses desvios?"

Nezumi clicou sua língua.

"Mas, se esta pessoa dormir aqui, ele vai congelar."

"Eu acho que ele tem problemas maiores do que se congelar. Ele já está morto."

"Qu-"

Uma mulher que vendia roupas chamou.

"Ei, se vocês dois conhecem esta pessoa deveriam ter limpado. Está no caminho."

Nezumi balançou a cabeça suavemente.

"Não, eu nunca vi esse velho antes."

"Velha. Ela é uma mendiga. Só teve que tropeçar no balde ao lado de nossa loja. Merda".

"Minhas condolências. É melhor cuidar disso de forma adequada."

"Calem a boca moleques estúpidos."

A mulher acenou um pano vermelho. Seus braços eram tão grossos como as coxas de Shion. Ele seria soprado se ela o acertasse.

Eu andei, ainda estava sendo arrastado pelo Nezumi. Pernas atrofiadas estavam cobertas por calças finas, e os pés embrulhados em sapatos de couro. Eles estavam atrás de um banco em um canto do parque florestal da No. 6. Aquele foi o primeiro corpo e a sua primeira vítima que havia visto em primeira mão.

"Eles não a mataram, certo?"

Nezumi deu um leve sorriso, como se pudesse ver o coração de Shion.

"Aquele velho... velha, provavelmente não foi morta por abelhas parasitas. Frio e fome – essa combinação vai mandar você para o outro mundo. Está na temporada para isso."

"Essa temporada?"

"A temporada de congelamento está chegando. Os velhos, as crianças, os enfermos... pessoas fracas morrem. É a temporada da seleção natural."

"A temporada da seleção natural..."

Sussurrei. Estava frio como gelo. Mas lhe faltava a doçura deliciosa de gelo. Era só frio. A ponta da minha língua ficou dormente.

"Shion, você disse que se as abelhas reaparecerem na primavera poderia haver qualquer número de vítimas naquela cidade santa, certo?"

"Sim".

"As pessoas morrem aqui todos os dias. Especialmente no inverno. O que você acha que é mais divertido, ser morto por uma abelha parasita ou morrer de fome e frio?"

Eu, inconscientemente, trouxe a minha mão para a parte de trás do meu pescoço. Havia uma cicatriz na base do meu pescoço. Traços de uma incisão. Um deles havia estado bem aqui. Ele tinha falhado em nascer apropriadamente e parecia estar meio derretido, mas ele estava tentando mastigar a sua saída e se dirigir ao mundo. A dor, a angústia e o desespero daquele momento ainda estão frescos em minha mente. Eu não quero sentir aquilo nunca mais. Mas, não posso comparar isso com a morte daquela velha. Não tenho ideia do que significa congelar ou morrer de fome.

"Nezumi, o que vai acontecer com aquela pessoa?"

"Com aquela pessoa?"

"Isso... o cadáver. Não vai apenas ficar assim, né?"

"Sem chance. Não importa o quão frio fica, cadáveres ainda vão apodrecer. Mas antes que os cães e os corvos se reúnam - eles limpam, mesmo se ninguém fizer nada".

"Vocês não têm cemitérios públicos?"

"Cemitérios? Nós não temos espaço para dar aos mortos. 'Faxineiros' virão. Olha, lá. Aqueles caras sentados lá comendo carne. Está vendo?"

Vários homens musculosos estavam sentados sob uma tenda onde Nezumi estava apontando. Eles estavam comendo carne gorda e fazendo muito barulho. Havia um cão dolorosamente magro, lambendo freneticamente qualquer suco que caia da carne.

Havia um veículo estranho ao lado da tenda. Um trailer estava conectado à parte traseira de uma bicicleta. E por cima daquilo havia uma caixa grande.

"São os 'faxineiros'. Eles pegam o dinheiro e limpam cadáveres. Os "amigos" daquela velha senhora devem ter pagado eles. Você não pode apenas ter cadáveres desarrumando a frente de sua loja, mas carregar corpos é muito nojento, então naturalmente aqueles que têm problemas com essa maldição, também têm sorte e chamam-se os "faxineiros". Pessoas sem família caem mortas o tempo todo, então o negócio é realmente muito bom quanto parece."

"Será que eles enterram os corpos?"

"Eles queimam. Os reúnem em um único lugar e queimam. Não sei se você pode realmente chamar isso de cremação. Eles não oferecem uma oração ou qualquer coisa de bom gosto desse tipo."

Fiz contato visual com um dos homens que estava mordendo a carne de um osso. O homem, com pedaços de gordura em seu bigode ralo, estava sorrindo. Ele se levantou e veio em nossa direção. Ele jogou o osso e o cão magro saltou sobre ele.

"'Meninos. Querem se divertir?"

Ele estendeu a mão e antes que Shion pudesse fazer qualquer coisa, ele agarrou seus cabelos.

"Ooh, eu pensei que era uma peruca ou algo assim. Acho que é real. Que cabelo estranho você tem."

"Pare com isso. Deixe-me ir."

"Ooh, eu gosto disso. Eu nunca vi cabelo assim antes. É tão bonito quanto um boneco, garoto".

Os homens atrás dele riram vulgarmente. Olhei para o meu lado. Nezumi tinha desaparecido.

"Deixe-me ir."

"Não faça barulho. Vamos tomar uma bebida juntos. Temos carne."

"Eu disse para me deixar ir."

O homem forte afrouxou seu aperto. Sua respiração bateu em meu rosto, cheirava a álcool e carne. Desviei o olhar.

Nezumi.

Eu mordi meu lábio e resisti chamar seu nome. Se eu não cuidar de mim, ninguém vai me proteger. Shion ficou mole.

"Tudo bem".

"Hum?"

"Eu disse que tudo bem. Vou beber."

"Ooh, agora você está falando, menino. Venha".

O braço do homem relaxou um pouco. Shion levantou uma perna e chutou a sua virilha tão forte como pôde.

Guh. Ele gemeu e caiu. Shion saltou sobre suas costas curvadas e correu.

De alguma forma, tudo o que posso fazer é fugir.

Esse pensamento fugaz passou pela minha mente, mas ele desapareceu de imediato. Eu estava correndo com todas as minhas forças. Havia menos pessoas indo e vindo. Era mais fácil passar por eles. Não preciso mais dos becos. De qualquer forma, só tenho que correr em linha reta por esta rua. Ele vai me agarrar pelo pescoço, se eu parar.

"Ah".

Meu pé escorregou. Em um instante eu estava flutuando no ar e então bati no chão. A dor correu da minha cabeça até a ponta dos meus dedos dos pés.

"Ah, ughh".

E então eu comecei a deslizar sob o concreto cinza da estrada do monte. Apesar de ser mais parecido com um escorregador abruptamente inclinado de um parquinho do que de uma estrada. Eu deslizei.

Shion fechou os olhos e cobriu a cabeça com as mãos. Quando perdeu o equilíbrio, ele começou a cair violentamente.

Estava muito escuro. No momento em tentou gritar, respirou o cheiro de terra molhada. Ele foi jogado no chão. A sujeira voou em sua boca. Ele tossiu e caiu virado para cima. Seu coração estava batendo como um sinal de alarme, era difícil respirar. Havia uma dor maçante e afiada por todo o seu corpo.

O sabor e a textura da terra encheram sua boca. Ele nunca tinha imaginado que a sujeira poderia ser doce e aromática também.

Ele podia ver as estrelas que brilhavam no céu escuro. O céu não era negro e não era azul, mas quase índigo com alguns roxos no mesmo, o céu estava muito bonito. Sua alma foi sugada. Ele nunca tinha deitado na terra e olhado para o céu antes.

Havia sempre algo tão bonito logo acima da minha cabeça?

Ele podia ouvir passos suaves. Uma voz de alguma forma piedosa. A língua quente lentamente lambeu meu rosto de cima para baixo.

"É você..."

Era o cachorro. O cão magro que estava com os homens. Ela estava lambendo toda a cabeça de Shion.

"Você estava preocupado comigo?"

Quando eu realmente percebi – quando o homem me agarrou e mexeu no meu cabelo {moral da história: não toque no cabelo}, sua mão estava coberta de sucos da carne. O cachorro estava lambendo-o atentamente.

"Ok. Agora vai ficar tudo pegajoso com a sua baba."

Me levantei e, lentamente, fiquei sobre os meus pés. A dor não era tão ruim. Consegui evitar qualquer osso quebrado ou entorses. Olhei para frente e respirei.

"Isto é..."

Havia um prédio abandonado diante de mim.

Leia o capítulo 3

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Takumi-kun Series: Soshite, Harukaze ni Sasayaite

takumi

 

Título: Takumi-kun Series: Soshite, Harukaze ni Sasayaite
Título original: タクミくんシリーズ そして春風にささやいて
Título alternativo: --
Categoria: live action
Duração: 73 minutos
Gênero (oc.): romance, colegial
Gênero (or.): yaoi
Classificação indicativa: T
Lançamento: 22 de dezembro de 2007
Diretor (a): Kazuhiro Yokohama
Autor (a): GOTOH Shinobu (Novel)
Site Oficial: http://takumi-kun.com/harukaze/index.html

Sinopse:

Takumi Hayama (Yanagishita Tomo), secundarista da escola para garotos Shido Gakuen, acaba de descobrir que terá um novo colega de quarto, Giichi Saki (Keisuke Kato). Giichi, também conhecido como “Gii”, possui aparência e qualidades que o fazem o ídolo de sua classe, enquanto Takumi considera-se não ter nenhuma qualidade especial. Gii se declara apaixonado por Takumi, mas antes ele precisará encontrar a cura para o medo que Takumi tem de se relacionar com as outras pessoas, fruto de um grande trauma do seu passado.

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Yaori Animes
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